sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sucesso em passe de mágica...

Estamos passando para os jovens a mensagem errada de que o esforço é desnecessário.


UMA CONHECIDA tem um filho de 16 anos que não quer saber de estudar e está indo muito mal na escola. Ela me pediu que falasse com ele para tentar entender a situação.
Segundo a mãe, ele é inteligente e sempre conseguiu dar conta dos estudos, mas, de repente, passou a implicar com a escola e com os trabalhos que lá ele precisa realizar. E, como ele não trabalha e "nem faz mais nada na vida a não ser ir para a escola", ela não consegue compreender o que se passa.
Logo de início ela preocupou-se, é claro. Já havia lidovárias reportagens informando que mudança de comportamento e queda no rendimento escolar podem ser indicativos de uso de drogas por parte do adolescente. Por causa disso, chegou a levantar essa hipótese.
Acompanhou de perto a vida social do garoto, conversou com ele. Juntos, assistiram a filmes sobre o assunto. Com tudo isso, a mãe não conseguiu qualquer pista para considerar que o jovem estivesse usando algum tipo de droga, lícita ou ilícita.
Então, ela chegou a uma conclusão simples: a de que o filho estava na "vagabundagem" mesmo.
Foi por isso que ela me fez o pedido, com um detalhe: não queria que o filho soubesse que eu iria procurá-lo por solicitação dela. Avisei a ela que ele saberia isso de pronto, mas ela insistiu para que, pelo menos, eu não fosse a primeira a tocar no assunto.
Em nosso encontro, a primeira coisa que o jovem me perguntou foi exatamente se a mãe havia pedido para que eu conversasse com ele.
Depois, falou longamente a respeito da sua falta de vontade para se dedicar aos estudos e da sua dificuldade em prestar atenção nas aulas.
Aproveito essa breve história para comentar dois pontos: um diz respeito aos pais, outro se refere aos jovens.
Primeiramente, eu quero lembrar a quem tem filhos -tenham eles a idade que for- que os mais novos não são bobos. Essa mãe, por exemplo, considerou a possibilidade de o filho nem sequer desconfiar do pedido que ela havia me feito. Ora, claro que ele saberia: crianças e jovens conhecem muito bem seus pais. Arrisco até dizer que eles os conhecem melhor do que os pais os conhecem.
Por isso, a melhor atitude a se ter com os filhos é a da transparência para, desse modo, manter a relação de confiança com eles. Não dá para enganá-los, certo? O mais provável, aliás, é que eles consigam enganar os pais em algumas situações.
Quanto aos jovens, é espantoso como eles se veem escravos de seus impulsos, impotentes para mudar de atitude. O jovem com quem eu conversei, por exemplo, espera ter vontade de estudar a qualquer momento. Acredita que algo externo a ele poderá interferir no estado de letargia em que se encontra em relação aos estudos.
Ele, como muitos de seus pares, não consegue perceber que é ele mesmo quem precisa tomar uma atitude e que, para tanto, vai precisar se esforçar. E muito.
Quando eu disse isso a ele, a reação que demonstrou foi de espanto. Tive a impressão de que esse menino nunca considerou essa possibilidade. Foi difícil fazer ele perceber que só dependia dele a mudança, porque ele insistia em repetir que os professores e a escola é que tinham a obrigação de motivá-lo.
É bem possível que seja essa a mensagem que estejamos passando a jovens de uma geração que alcança quase tudo com um simples toque de dedos: a de que o esforço é desnecessário.
Pois cada vez é preciso mais esforço para resistir a tantas tentações, facilidades e distrações, para tentar realizar um projeto de vida, dar conta das responsabilidades e não desistir de construir uma utopia, não é verdade?
ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora do livro "Como Educar Meu Filho?" (Publifolha)

Docente terá jornada fora da classe ampliada


O Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) conseguiu uma liminar que obriga a Secretaria Estadual de Educação a cumprir a lei nacional do piso dos professores. A lei estabelece que pelo menos um terço da jornada dos docentes seja dedicada a atividades extraclasse, como planejar aulas e aperfeiçoar-se profissionalmente. Atualmente, esse índice é de 17% na rede estadual. A liminar vale para o ano letivo de 2012.
A decisão é do juiz Luiz Fernando Camargo de Barros Vidal, da 3.ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo. No despacho, ele afirma que "a Fazenda Pública do Estado se manifestou afirmando que a jornada de trabalho estadual deve prevalecer sobre a lei federal". De acordo com a decisão, "não há razão alguma para deixar de ser acolhido o argumento contido na ação inicial a respeito da pronta eficácia e aplicabilidade da norma legal".
O magistrado baseou seu despacho na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e na Lei 11.738/08 e concluiu que o cumprimento da lei interessa não apenas aos professores, mas também aos alunos, já que o objetivo é a "melhoria das condições de ensino".
A secretaria afirma que vai divulgar até o fim do ano a forma como cumprirá a jornada extraclasse na rede.
Regra. Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a lei do piso é constitucional. Os ministros rejeitaram uma ação na qual a lei era contestada pelos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará. No mesmo mês, a corte também manteve a regra da jornada extraclasse dos docentes. 

domingo, 20 de novembro de 2011

Resultado do provão de professor sai em dezembro

A Secretaria de Estado da Educação divulgará, na primeira quinzena de dezembro, a lista dos professores que foram aprovados para trabalhar como temporários na rede estadual em 2012. Segundo a Educação, mais de 165 mil docentes se inscrevam para o exame, que foi realizado no último final de semana de outubro, nos municípios-sede das 91 diretorias regionais de ensino. A prova é dirigida aos docentes não efetivos que já atuam na rede estadual e também aos novos candidatos à contratação por tempo determinado. No caso dos professores estáveis (categoria F), também foi possível fazer a prova para tentar melhorar a classificação.
fonte: http://www.agora.uol.com.br

sábado, 19 de novembro de 2011

Resolução SE - 73, de 18-11-2011

Dispõe sobre a premiação de alunos concluintes do Ensino Médio das escolas estaduais que obtiverem os melhores resultados na prova do Saresp/2011. O Secretário da Educação, à vista do que lhe representou a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas e considerando:
- a importância do SARESP para a implementação de políticas públicas educacionais, relacionadas à melhoria da educação básica paulista;
- a necessidade de incentivar os alunos a participarem das provas do SARESP, dada a importância da avaliação do rendimento escolar para o aprimoramento da prática pedagógica e, por via de consequência, para a melhoria do ensino;
- o reconhecimento do êxito alcançado pelo aluno do ensino médio ao término de sua escolaridade básica, mediante a concessão de prêmio pelo mérito alcançado,
Resolve:
Artigo 1º – Fica instituído o Prêmio “Saresp 2011”, destinado aos alunos concluintes do Ensino Médio regular, com o objetivo de incentivar maior participação e envolvimento desses estudantes nas avaliações do Saresp programadas para os dias 29 e 30 de novembro de 2011.
Artigo 2º – Concorrerão à premiação, instituída pela presente resolução, os alunos concluintes do Ensino Médio, das escolas da rede pública de ensino da Secretaria de Estado da Educação, que venham a realizar, na respectiva turma/classe do período
diurno (manhã/tarde) ou do noturno, todas as provas previstas para o Saresp/2011.
Artigo 3º – Serão contemplados com o Prêmio “Saresp 2011”, os alunos concluintes do Ensino Médio, dos períodos diurno e noturno de cada unidade escolar, que venham a apresentar, relativamente a todas as turmas/classes do período, os maiores valores de média aritmética, calculada entre os resultados obtidos nas provas de Língua Portuguesa e de Matemática, desde que atinjam, no mínimo, a proficiência correspondente ao nível básico.
Parágrafo único - em caso de ocorrer empate das médias aritméticas entre alunos de um mesmo período, o desempate dar-se-á pelo melhor resultado obtido na prova de Matemática, sendo que, na persistência do empate, será realizado sorteio.
Artigo 4º – a premiação, que se processará com a entrega de até 12.000 notebooks, contemplará todas as escolas estaduais que mantêm curso de Ensino Médio, cabendo a cada uma, por período de funcionamento, a quantidade de prêmios correspondente ao número de turmas de 3ª série participantes do Saresp/2011, conforme base de dados do CIE, de 30/08/2011, utilizada como referência para sua aplicação.
§ 1º – Após a realização das provas, a plena correspondência entre o número de prêmios e o número de turmas de 3ª série por período, em cada escola, só não ocorrerá se a quantidade de alunos, no período, que tenham atendido a condição de proficiência básica, prevista no caput do artigo anterior, venha a ser inferior ao número de prêmios.
§ 2º - Ocorrendo a situação prevista no parágrafo anterior, os prêmios remanescentes poderão ser entregues a alunos de turmas do outro período, na mesma escola, observando-se os critérios estabelecidos no artigo anterior.
Artigo 5º - a divulgação da relação dos alunos premiados dar-se-á por publicação no Diário Oficial do Estado, após o início do ano letivo de 2012.
Parágrafo único - a entrega dos prêmios ocorrerá em âmbito regional, realizada em evento a ser programado e organizado pelas Diretorias de Ensino.
Artigo 6º - Contra os resultados divulgados, não caberá interposição de recursos de qualquer espécie e, em face do caráter sigiloso inerente às avaliações externas, também não caberá solicitação de vistas a provas.
Artigo 7º - para acompanhamento e monitoria das ações concernentes à realização da premiação e para tomada de decisões em casos omissos, será designada Comissão de Trabalho, constituída por representantes de órgãos centrais e regionais da Secretaria da Educação e da Fundação para o Desenvolvimento da Educação FDE/GAIRE, indicados pelo Gabinete desta Pasta.
Artigo 8º - a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, ouvida a Comissão de Trabalho, a que se refere o artigo anterior, poderá baixar orientações complementares, que se façam necessárias à implementação do processo de premiação.
Artigo 9º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Problema com matemática pode ser discalculia.

Clipping Educacional Diário de São Paulo
Parente da dislexia, a discalculia é distúrbio que faz com que portador tenha problemas com números Micheli Nunes
Quando a criança apresenta dificuldades na escola, muitas vezes pais e educadores pensam em dislexia, problema com a leitura que prejudica o aprendizado. Mas existe outro distúrbio que também afeta o desempenho escolar e é bem menos conhecido: a discalculia. “A dislexia pode ser definida como uma falta de coordenação cerebral. O hemisfério esquerdo do cérebro, responsável pela lógica, possui uma hipertrofia, ou seja, cresce demais, causando problemas no lado direito, responsável pela leitura”, afirma o pediatra Ivan Pollastrini Pistelli.
Parente da dislexia, a discalculia funciona de maneira parecida, fazendo com que a criança tenha problemas não apenas em ler, mas também em calcular e compreender números. A hipertrofia do hemisfério direito do cérebro– lado contrário da dislexia – pode ser a principal causa do problema. “Quem sofre de discalculia é incapaz de compreender e realizar contas matemáticas básicas, o que impede a aquisição de conhecimento mais completo”, afirma o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital Infantil Sabará.
Breinis alerta que, como não é tão conhecida, a doença acaba sendo diagnosticada tardiamente, prejudicando a vida social e a autoestima da criança. “Ao ser negligenciando, o problema costuma virar uma bola de neve. Há casos de crianças que começam a se sair mal na escola, são reprovadas e abandonam os estudos. Em outras situações, são vítimas de bullying ou perseguição dos próprios pais, que associam o problema à preguiça ou à falta de empenho na escola.”
De acordo com Pistelli, quem sofre de dislexia ou discalculia pode apresentar talentos surpreendentes. “A maioria das crianças que desenvolve estes distúrbios é muito esperta. Das que sofrem de dislexia, por exemplo, muitas desenvolvem talentos superiores a de outras crianças nas áreas lógica e numérica. Os pais devem ficar atentos aos sinais e, se houver possibilidade de que o filho sofra do distúrbio, devem procurar um psicólogo ou pediatra.”
Sem remédios
Assim como a dislexia, a discalculia não costuma ser tratada com medicação. Segundo Breinis, o tratamento envolve treinamento e aulas extras de matemática.
O neuropediatra explica  ainda que é comum as crianças apresentaram  discalculia e dislexia simultaneamente.
“Nestes casos, é importante que o tratamento envolva uma equipe multidisciplinar, formada por neurologista, psicóloga e fonoaudiólogo e pedagogo”,  recomenda.
Reconheça os sinais do distúrbio.
1 - Confusão com as operações de adição e subtração;
2 - Problema para diferenciar esquerda de direita;
3 - Inabilidade de dizer qual número é maior;
4 - Dificuldade com tabelas de tempo e cáculo mental;
5 - Desempenho acima da média em geometria;
6 - Dificuldade de julgar a passagem de tempo;
7 - Senso de direção prejudicada (perde-se fácil);
8 - Inabilidade de lidar com dinheiros e contas;
9 - Dificuldade mental de estimar distâncias;
10 - Inabilidade sobre regras, fórmulas e sequencias;
11 - Dificuldade de manter contagem durante jogos;
12 - Dificuldade de fazer passos de dança;
13 - Confusão na ordem dos números (como 13 e 31)
14 - Dificuldade com conceitos de passado e futuro;
15 - Memória limitada para nomes e rostos.
Matéria publicada no Dário de São Paulo, 16 de novembro de 2011.
fonte: http://www.udemo.org.br

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música
 não começaria com partituras, notas e pautas.
 Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria
 sobre os instrumentos que fazem a música.
 Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria
 que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas.
 Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".
Rubem Alves.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Rubem Alves

Cristina Jorge